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Estão circulando pela cidade, além de ônibus com busdoor, quase 60 carros com propaganda do Bazar do Rema. São super adesivos tomando o vidro traseiro dos carros, chamando para a maior feira de arte natalina de Brasília e do Brasil, de 2 a 5 de dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Para não dificultar a visão dos motoristas, os adesivos são confecionados em vinil perfurado. Os carros com a propaganda pertencem aos trabalhadores do Bazar, frequentadores da Casa Espírita  Recanto de Maria – Rema, os mesmos que trabalham o ano inteiro para a realização da feira, pintando, bordando, lixando, envernizando peças e costurando, entre outras atividades.

Cada proprietário dos carros mora em endereço diferente e circula por rotas diversas. Assim, a cidade se enfeita com as cores e a alegria do Bazar do Rema - até o dia 5 de dezembro - e se informa sobre essa feira de arte natalina,  que começou há 34 anos e faz parte do calendário de eventos de Brasília.

Estacionamento do Rema com as propagandas nos carros

Detalhe da propaganda

Jovens do Rema com as peças pintadas por eles

Nos últimos dias, o ritmo dos trabalhos para o Bazar do Rema ficou mais acelerado. Durante a semana, todo mundo está trabalhando até as 11 da noite. Já tem gente catalogando peças, colocando preço, empacotando e deixando as caixas prontas para serem levadas ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde a feira de arte natalina do Rema funcionará de 2 a 5 de dezembro.

Material pronto para ser levado ao Centro de Convenções

Desde março, um grupo de voluntários, com no máximo 100 pessoas por dia, vem trabalhando para o Bazar. Uns projetando, outros confeccionando as peças na marcenaria, outros lixando, passando selador, dando polimento, muitos pintando, um grupo costurando, outro bordando e Irene Pacheco criando peças de Natal únicas, que são levadas até para fora do país.

O Bazar do Rema, que começou com o nome de Rayto de Sol, é a forma como os frequentadores da Casa Espírita Recanto de Maria fazem caridade. Todo mundo trabalha o ano inteiro na confecção dos objetos para essa grande feira, que só acontece em quatro dias do ano, próximos ao Natal.

Ninguém que trabalha para o bazar recebe qualquer remuneração. Ao contrário, esses trabalhadores custeiam todo o material usado para a produção das peças. Pagam passagem e hospedagem do próprio bolso, quando viajam para fazer compras para as seções.

No Rema nunca se fez rifa, sorteio, ou cobrou-se mensalidade. O que entra é sempre resultado de trabalho voluntário. Por isso seus frequentadores se reúnem o ano inteiro para fabricar as peças mais variadas. São pessoas de todas as idades. Crianças, adolescentes, jovens e os mais experientes.

Com exceção de Maurício Maia Soutinho, ninguém é profissional da arte. São funcionários públicos, donas de casa, professores, estudantes, psicólogos, engenheiros, médicos, advogados, entre outros, que se reúnem inicialmente todos os domingos à tarde. Mas na reta final trabalham todos os dias, especialmente à noite.

Com tudo pronto, quando chega a hora do bazar, são esses mesmo trabalhadores que empacotam as peças, carregam e descarregam os caminhões, montam as seções, atendem os visitantes, preparam os alimentos do restaurante, servem as mesas, lavam os pratos e fazem o caminho de volta, depois que a feira acaba no domingo.

O Bazar do Rema 2010, a Feira de Arte de Natal de Brasília, aliás, a maior feira de arte de Natal do Brasil, promovido há 34 anos pela Casa Espírita Recanto de Maria - Rema, funcionará de 2 a 5 de dezembro, como acontece há muitos anos, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

A abertura do Bazar será às 18 horas do dia 2 de dezembro, uma quinta-feira. Mas neste ano a feira de arte natalina abrirá mais cedo na sexta-feira, às 10 horas, horário também do sábado e do domingo. Nos dias 2, 3 e 4 o Bazar irá até as 21 horas. No domingo, encerrará às 19 horas.

Já estão programadas 12 seções: Natal, conhecida como o carro-chefe desta feira de arte; Infantil; Baby, com objetos para recém-nascidos e bebês até um ano; Decoração; Cantinho do Lar; Cantinho da Etiennette, casa de doce tradicional do Bazar do Rema; Crochê, com toalhas para mesa, lavabo e cozinha, lindos bordados, crochê, richelieu e acabamento delicado; Bijuteria; Garage Sale, que mais parece loja de objetos novos; Brechó, com grande oferta de roupas e acessórios para homens, mulheres, adolescentes e crianças; Sebo; Galeria de Arte, com obras mediúnicas que, apesar de não terem assinaturas, são peças com traços comparáveis a grandes nomes da pintura.

Além das 12 seções, o restaurante, cujo cardápio já virou tradição na cidade, funcionará nos quatro dias de Bazar. Na quinta e na sexta-feira só abrirá para o jantar. No sábado terá almoço e jantar. No domingo, oferecerá apenas o tradicional almoço com bacalhau. Mas a lanchonete estará aberta durante todo o Bazar, como sempre.